17 maio 2010

Programação da Feira do Livro Anarquista 2010

Dia 21 de Maio (Sexta-feira)
 
17h30m Apresentação do filme "Bombs, blood and Capital" (75m), seguido de debate

Um olhar geral e análise crítica sobre o movimento em Itália que irrompeu após as bombas na Piazza Fontana e o assassinato às mãos da polícia do companheiro Pinelli, em Milão, em Dezembro de 1969.

A repressão estatal daqueles anos ficou conhecida como estratégia de tensão, destinada a acalmar e despedaçar o ímpeto do movimento de trabalhadores, cuja resistência se expressava numa onda de greves selvagens que muitas vezes se transformavam em motins incontroláveis e imprevisíveis.

À parte de toda a recuperação que se fazia por sindicatos e partidos de esquerda, existiam outros grupos com uma total recusa do Estado e da democracia, que escolhiam formas de luta mais radicais, que incluíam críticas ao quotidiano e uma prática de luta armada.

20h Jantarada

21h30m Passagem do filme "Squat Wars", com a presença do autor
Seguido de debate sobre os movimentos de ocupação e o anarquismo

"Squat Wars é um pequeno documentário sobre a movimento okupa em Praga. O filme foca a história das duas okupações mais conhecidas na República Checa, a Landroka (despejada em 2000), a Milada (despejada no último Verão) e a Zenklovka, que antecedeu esta última. A história é desenhada através de entrevistas com antigos habitantes e material de arquivo (fotos e videos)."

Duração: 27 minutos
Linguagem: Checo, com legendas em Inglês

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=fzbvWOD_nZQ

A passagem do filme servirá de mote para um debate sobre a forma como os movimentos de ocupação estão relacionados com o anarquismo e de como esses movimentos poderão ser relevantes enquanto táctica para a obtenção de espaços para actividades anarquistas nos dias de hoje.

Dia 22 de Maio (Sábado)

15h Apresentação do Livro "¿Qué hay de nuevo, viejo? Textos y declaraciones del Movimiento Surrealista de los Estados Unidos (1967-1999)" pelo Grupo Surrealista de Madrid e pelo Grupo Editorial Pepitas de Calabaza
Seguido de uma apresentação da actividade surrealista até aos dias de hoje.

A partir da apresentação do livro "¿Qué hay de nuevo, viejo? Textos y declaraciones del Movimiento Surrealista de los Estados Unidos (1967-1999)" do Grupo Surrealista de Madrid e ditado em Espanha pelo Grupo Editorial Pepitas de Calabaza, e da apresentação da revista Salamandra editada pelo Grupo Surrealista de Madrid, irá passar-se em revista aquela que tem sido a actividade surrealista dos anos 60 até aos dias de hoje, sempre com uma atitude crítica e de inconstestável rebeldia. A apresentação estará a cargo do Grupo Editorial Pepitas de Calabaza e do Grupo Surrealista de Madrid.

17h Do erótico e o anarquista
Conversa-colóquio

Desfrutar do prazer aprendendo do passado: análise das contribuições teórico-práticas apartir das posturas revolucionárias que foram influenciar as diferentes vivências sexuais e eróticas.

Pretendemos criar o hábito de falar destas questões, acostumarmo-nos a fazê-lo e, se for necessário, dedicar tempo e esforço a reuniões específicas que versem sobre o erótico e o sexual. Definitivamente, trata-se de romper com temas tabu nos nossos meios de convivência anárquica. Deste modo, pretendemos reflectir sobre questões que são frequentemente tomadas como dado adquirido sem que tenham ficado completamente claras.
Não procuramos a verdade, mas sim evitar o dogma e a injustiça. Pretendemos questionar as normativas existentes para poder criar um caminho próprio. Em última instância, o objectivo final será tentar promover uma atitude positiva em relação à sexualidade e ao erotismo, não mediada pelo medo e sim por todo o potencial que possuímos como animais sexuados, sensíveis e sensuais, que somos. Deixar de nos percebermos, nós próprios, associados ao perigo e construirmo-nos como autênticas fontes de prazer.

19h Apresentação dos livros "El Educador Mercenario" e "La Escuela y la Bala"
Seguido de debate com a presença do autor, Pedro Garcia Olivo

A partir da apresentação dos livros "El Educador Mercenario" e "La Escuela y la Bala", esboçar-se-ão duas modalidades de transmissão de saber que radicalmente se confrontam: de um lado, a escola de origem ocidental, instância de reprodução de uma sociedade fracturada e de uma ordem política opressiva; do outro, a educação comunitária indígena, forma socializadora e moralizadora que corresponde a uma organização igualitária, "comunalista" desde o ponto de vista económico e visceralmente democrática no político. O "El Educador Mercenario" centra-se na forma ocidental do Confinamento Educativo, enquanto que o "La Escuela y la Bala" aborda o horizonte socio-político e o conteúdo da educação "que se respira", sem encerramento, sem professores, sem exames...A opressão social e política exige a Escola para se suster, do mesmo modo que o igualitarismo indígena e as suas práticas de democracia directa expressam-se em modalidades informais de educação comunitária. Entre estas duas propostas trava-se hoje um confronto dramático, no qual a Escola leva vantagem, pois acompanha indefectivelmente a globalização capitalista e a universalização da democracia liberal.

20h30m Jantar "Gang do Avental"

21h30 Concerto acústico de Todo o Nada


Dia 23 de Maio (Domingo)


15h Conversa sobre A NATO nos tempos que correm e aquilo que temos a dizer

O que representa hoje a tropa do Império Ocidental? Que relação estratégica a liga ao capitalismo global e quais os conflitos latentes em cima da mesa? Que novos objectivos se propõe, que ameaças faz pesar sobre nós?

Que exigências se colocam a uma presença libertária que não amplifique a fundamentação mediática da escalada de morte?

17h Conversa sobre a Memória Anticapitalista
Os Grupos Autónomos e a luta anticapitalista no Estado Espanhol nos anos 70 e 80

"Nunca compreenderemos o passado se não somos capazes de sabotar todas a mistificações do presente."

Miguel Amorós


Considerando a autonomia, ou os grupos autónomos, como um tema importante para levar a debate, a apresentação do livro "Por la Memoria Anticapitalista" pretende recuperar, à margem do capital e da historiografia do poder, as bases originais históricas de tais grupos, assim como o seu desenvolvimento e acção, reflexionando também sobre as suas vantagens e limitações.

Tudo isto num contexto e tempo limitado. Tomando como ponto de partida a génese e o auge da autonomia operária do estado espanhol desde o ano de 1970 até 1976, este livro tenta trazer à luz alguns dos grupos autónomos de acção antifranquistas e, sobretudo, anticapitalistas que actuaram no estado espanhol e em França. Alguns desses grupos são:

MIL- GAC (Movimiento Iberico de Liberacion-Grupos autonomos de Combate)
GARI (Grupos de Accion Revolucionaria Internacionalista)
GRUPOS AUTONOMOS de Valencia
GRUPOS AUTONOMOS ANTICAPITALISTAS de Euskalerria
ACCTION DIRECTE
COPEL (Cordinadora de presos en lucha de Madrid)

Concluíndo, trata-se de um exercício de memória e reconstrução histórica que vai desde os inícios dos anos 70 (começa a actividades do MIL) até 87 (caída do grupo francês Action Directe). Uma história contada pelos seus verdadeiros protagonistas.


19h Conversa sobre "A. Bonanno, Christos Stratigopoulos e não só..."

Alfredo Bonanno e Christos Statigopoulos são dois anarquistas presos na Grécia acusados de um assalto a um banco. primeiramente detidos na prisão de Amfissa, foram posteriormente transferidos para a prisão de korydallos em Atenas.
Esta conversa pretende não só dar a conhecer a situação actual dos companheiros, principalmente a de A. Bonanno, cuja permanência na prisão é um acto de vingança clara do estado sobre um inimigo declarado e que está a provocar um perigoso agravamento do estado de saúde do companheiro; mas também a de outros companheiros aprisionados pelo estado grego e não só...


21h Comezaina